07 julho 2009

O Dr. Mário Soares, lúcido como sempre!

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Os outros partidos, poderão ter uma presença maior ou menor na Assembleia da República, mas não têm qualquer probabilidade de participar na escolha do Governo. Ninguém tem mais pena do que eu, desta situação. Nos últimos anos, com efeito, empenhei-me em estabelecer pontes e convergências à Esquerda, que se revelaram impossíveis. A culpa não será exclusiva de ninguém. É certo. Mas cabe, maioritariamente, ao Bloco e ao PCP, que com crescente agressividade - e em competição - fustigaram quase exclusivamente o PS e, em especial, Sócrates. Para quê? Respondo: oxalá não seja para dar a vitória ao PSD ou para tornar o País dificilmente governável. Se isso vier a acontecer - espero que não - poucos meses depois, serão os primeiros a arrepender-se. Porque, ao contrário do que dizem, PS e PSD são muito diferentes no exercício do poder. Não obstante o chamado "centrão de interesses", que deploro, como socialista, mas que tem peso na política.
[...]


Saudações Socialistas

Paulo S. Pinto

A propósito dos gestos.

Este texto foi-me enviado por um dos nossos militantes
(sob um dos seus pseudónimos, que respeitarei)

O Gesto do Ministro
(Foi, apenas, um gesto)

Sai a terreiro o Bernardino
Que na idade é pequenino
Provocador, como promete.
Enfia na cabeça do ministro
Todo o conteúdo sinistro
Da famigerada cassete.

Afirma sem nenhum pudor
Que não há nenhum trabalhador
Lá, nas minas de Aljustrel.
O ministro não suportou
E logo ali o mandou
Dar a volta ao redondel.

Mas, o gesto que ele fez,
Com alguma insensatez,
Enfeitando com destreza
A desorientada testa
Não se referia à festa
Mas à besta com certeza.

A um jovem sem vergonha
De lançar sua peçonha
Com ares de falso santinho
Não soube o ministro Manuel
Responder ao aranzel
Porque não é de pau, é de pinho.

Perdeu o controlo e pronto,
Respondeu àquele tonto
Com um gesto popular
Politicamente incorrecto
Mas popularmente certo.
Tinha mesmo que lhe dar.

Invulgar, foi só o gesto
Mas sabemos nós, de resto,
Que é vulgar, no Parlamento,
O insulto baixo e soêz.
Cada um, de sua vez,
Tem usado este “argumento”.

Ainda há pouco um deputado
Achou que era apropriado,
A um colega “bandalho”,
Mandá-lo, sem lastimar,
Pr´aquela coisa vulgar
Que até rima com trabalho.

Sendo só palavreado,
Ninguém se sentiu chocado
Ninguém entregou protesto.
O que é que faltou, então?
- Foi que fizesse com a mão
O elucidativo gesto.

Mas, na moral vigente,
Este caso é diferente,
É diferente o momento.
Eu entendo muito mal
Que se adopte esta moral
Na casa do Parlamento.

O provocador manhoso
Sai-se bem, quase famoso
Feito donzela ofendida.
Perde o outro, as estribeiras
A calma e as boas maneiras.
Fica de cabeça perdida.

Sai-se a rir, o estupor
Emproado qual doutor
Ganha pontos de vantagem.
E eu penso:
- Que tristeza,
Ganha, assim a safadeza,
Vale a pena a sacanagem.

De outro tempo, na minha aldeia,
Ficou-me sempre na ideia
Aquele velho ditado
Que agora, peço, me valha:
“Quem se mete com a canalha
Sai, quase sempre, borrado”.

Trubordal
03/07/09
Saudações Socialistas

Paulo S. Pinto

Declaração

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