19 outubro 2011

Pedro Lains no Jornal de Negócios

Afinal, Portugal não é a Grécia. É o Chile. De há 30 anos. Não vamos apenas recuar no rendimento per capita, mas também na História, na integração europeia e, seguramente, na qualidade da democracia.
Afinal, Portugal não é a Grécia. É o Chile. De há 30 anos. Não vamos apenas recuar no rendimento per capita, mas também na História, na integração europeia e, seguramente, na qualidade da democracia. Em prol de quê? - Em prol de uma fé. E a troco de quê? - A troco de uma mão cheia de nada.

Deixem-me personalizar porque é caso para isso. Conheço o pensamento de Vítor Gaspar, porque várias vezes me cruzei com ele, em seminários, e porque ele se interessa por história económica e várias vezes entrámos em diálogo. Sempre concordámos em discordar. Também conheço o seu pensamento porque por onde ando há outros economistas assim, também dos bons. Posso talvez dizer que em cada 100 economistas ou historiadores económicos que conheço, cinco pensam como o ministro das Finanças e um é fora de série. A presença de um deles num debate é sempre fonte de animação.

Mas há dois grandes problemas. O primeiro é que estes economistas, no fundo, não estão muito interessados em causalidades. Estão mais preocupados com equilíbrios. Não acham importante determinar se vem primeiro o ovo ou a galinha. Há um défice, um desequilíbrio? Corrija-se. Mas as causas são… Não interessa, corrija-se para recuperar a confiança, criar um círculo virtuoso e restabelecer o crescimento. Onde foi isso visto? Aqui e ali. Mas como prova que a recuperação foi o resultado da contracção, se o mundo entretanto mudou? Porque a teoria assim o diz.

O segundo problema, porventura maior, muito maior, é que esses economistas não chegam, nem perto nem longe, aos governos dos países avançados e europeus como Portugal. Os ministros das Finanças europeus são políticos, não teóricos e sobretudo não teóricos da fasquia dos 5%, brilhantes, é certo, de Vítor Gaspar. Quanto muito chegam a governadores de bancos centrais. Tivemos azar.

E tivemos azar por culpa de muita gente e, em última análise, do actual primeiro-ministro. Ele ouviu à saciedade que era preciso "mudar o rumo", que vivíamos "acima das possibilidades", que era preciso um "corte radical com o passado". E acreditou nisso tudo. Primeiro, acreditou nas "gorduras do Estado" - até ver que as havia, mas que eram macroeconomicamente marginais. Ficou sem eira nem beira. Até que Vítor Gaspar lhe apresentou um plano, o único plano que havia para pôr tudo em linha como recorrentemente lhe pediam.

O plano de Vítor Gaspar já chocou muita gente, porque é chocante. E não o fez só à esquerda, pois o PSD também ficou chocado e muito. Mas não se consegue mexer. Nem o PS. A principal razão porque o plano é chocante é que ele assenta numa carta que não estava no baralho: a contracção sem limites de salários - e mais aumento de impostos. Assim qualquer um sabe governar.

Passos Coelho não parece ter percebido o que se estava a passar, como revelam duas das suas declarações. A primeira foi quando disse que os funcionários públicos "ganham mais 10 a 15% que trabalhadores privados". Sim, ganham, mas não todos e porque os de rendimentos mais baixos ganham mais e as mulheres ganham o mesmo que os homens.

Se queria corrigir essa "injustiça" teria de ter feito de outro modo. E não podia, pois tinha de ir aos salários mais baixos. A segunda foi quando disse que a medida era para dois anos, o que o ministro das Finanças prontamente desmentiu. Obviamente. Um choque destes para durar tem de durar. Não há milagres.

Ou seja, este Orçamento equilibra as contas, segundo o memorando da troika, à custa de uma contracção permanente, feita num acto, brutal, do rendimento disponível. E a troco de quê? Já lá vamos.

Passos Coelho ainda será dos poucos que acredita que a culpa disto tudo não é dele, que "não tem de pedir desculpa aos portugueses". Vítor Gaspar já sabe que não, claro. A dimensão do "ajustamento", como lhe querem chamar é de tal forma grande, é de tal forma brutal que, como é evidente, ultrapassa qualquer estrago que tenha sido feito pelo Governo anterior. Percebe-se esta lógica simples, não se percebe? Julgo que não é preciso ir mais longe.

O actual Governo, uma vez por todas, tem de assumir as suas opções. As suas opções radicais. E profundamente anti-europeias.

O mantra por trás destas opções é também, por seu lado, incompreensível. Trata-se de "recuperar a confiança dos mercados". Este mantra, dito em 2011, não revela uma completa falta de percepção do que se está a passar na economia internacional? Revela.

E, claro, ninguém com tanta fé notou que os mercados nada notaram sobre o que por cá se está a fazer. Inclusivamente, até podem responder negativamente, esses mercados, por causa da enorme contracção que aí vem, desta desgraçada economia.

Mas insistamos nos mercados e voltemos ao Chile. Nos anos 1980, um grupo de rapazes de Chicago entrou pela ditadura chilena adentro e "cortou com o passado", fazendo um "ajustamento profundo". Os pormenores não cabem aqui, mas quatro questões importantes cabem: o país era então uma ditadura; não estava integrado num espaço económico e monetário alargado; havia uma enorme taxa de inflação; e os mercados internacionais não estavam de rastos. E o desemprego subiu a perto de 25%, sem subsídios, claro, que isso é para os preguiçosos.

A estratégia de Vítor Gaspar, sufragada por Passos Coelho, é profundamente desactualizada e mesmo errada. Ela insere-se num quadro mental em que os gastos do Estado provocam inflação, quando estamos numa fase de baixíssima inflação; pressupõe o financiamento nos mercados internacionais de capitais, quando estes estão retraídos em todo o Mundo.

Há alternativa? Claro que há. A Europa não se gere pelos 5% de ideias económicas que infelizmente foram parar ao Ministério das Finanças. Nem de perto, nem de longe. Passos Coelho tem muito que aprender. Já está é a ficar sem tempo para o fazer. Vítor Gaspar tem um bocado de razão em pensar como pensa. É isso que acontece sempre, entre economistas. Mas deitou essa razão por borda fora, ao ir tão longe, tão fora da realidade do país, do euro e da Europa. Precisamos de recentrar o País, para o que convém começar por reconhecer as causas das coisas.



Economista, Instituto de Ciências Sociais
da Universidade de Lisboa
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23 junho 2010

REGIONALIZAÇÃO, UM IMPERATIVO PARA PORTUGAL

A regionalização é um imperativo constitucional, democrático e de desenvolvimento para Portugal.
É a Constituição da República Portuguesa que, no seu artigo 255º, prevê a criação da regiões administrativas, condicionando apenas a sua instituição em concreto e produção de efeitos, à existência de um referendo. Assim, daqui se depreende que o processo constitucional da criação das regiões, ficará concluído quando um referendo com essa finalidade apresente efeitos vinculativos. Até lá, é obrigação constitucional dos Governos, promoverem todas as medidas necessárias tendentes à institucionalização em concreto das regiões administrativas.
Neste sentido, os Governos do Partido Socialista têm desempenhado um papel preponderante, promovendo em 1998 um referendo (no governo de António Guterres), o qual, como sabemos não teve o efeito vinculativo necessário (cuja responsabilidade se deve à falta de sentido de estado em questões essenciais para o país, dos restantes partidos políticos) e, mais recentemente, no Governo de José Sócrates com a apresentação de um programa, em que se promove a abertura de uma nova era na democracia local, através de uma estratégia coerente de reorganização territorial com base nas cinco regiões-plano, baseada nas actuais NUT II (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve).
Desta feita, o actual Governo do Partido Socialista modernizando de forma permanente o processo democrático, criou as condições necessárias para a instituição das regiões, adequando, num primeiro momento, toda a máquina desconcentrada do Estado, às cinco regiões-plano, desenvolvendo, para o efeito, a coordenação de políticas sectoriais a nível regional, com o reforço dos órgãos de coordenação sectorial criados pelo PRACE (programa de Reestruturação da Administração Central do Estado), junto das CCDR.
Assim, com a instituição das regiões, aproximam-se os órgãos de decisão das populações, motivando uma maior e necessária participação destas na construção do processo democrático.
E, serão estes órgãos de decisão intermédia (as regiões administrativas), que melhor se encontrarão colocados, em relação às autoridades nacionais, para responderem às necessidades de desenvolvimento local e regional, pois têm um conhecimento mais profundo das mesmas, podendo assim dar um destino mais eficaz aos bens públicos, tais como infra-estruturas e equipamentos colectivos. Também desta forma, se dá cumprimento ao princípio constitucional (artigo 6º da CRP) da subsidiariedade, segundo o qual, os esquemas organizativos superiores só deverão assumir funções que, as organizações mais pequenas não possam cumprir da mesma forma ou de forma mais eficiente.
Por tudo o exposto, a regionalização visa conferir aos cidadãos, nomeadamente aos cidadãos da região Norte, uma oportunidade para terem um papel mais activo no processo de coesão económica, social e territorial de Portugal. Ou seja, no plano actual, as diferenças entre as regiões têm vindo a acentuar-se, em vez de, como seria desejável, esbaterem-se, facto que, na região Norte tem sido incontestável.
Encontra-se assim o desenvolvimento das regiões, em especial da região Norte e, consequentemente, o desenvolvimento harmonioso de todo o País, dependente da adopção de soluções de governação territorial eficazes, sendo certo que, em Portugal, esse papel cabe à regionalização, pelo que, urge a sua institucionalização.
Saudações Socialistas
Vasco Loureiro

29 setembro 2009

Reunião para proceder à escolha dos membros da mesa das secções de voto

Foi com incredulidade que, no dia 21 de Setembro de 2009, li o post publicado no blog “promessas etc”, que, embora sem o referir expressamente, é comandado pela coligação CDU.
Na verdade, o post supra referido, cuja autoria não é assumida por ninguém em concreto, tenta retratar o que se passou na reunião que teve lugar na Junta de Freguesia de Rio Tinto, no dia 10 de Setembro de 2009, pelas 22 horas, e na qual estive presente na qualidade de Delegado designado pelo PS (Partido Socialista), no sentido de se proceder à escolha dos membros da mesa das secções de voto, em Rio Tinto.
Contudo, como a descrição ali apresentada nada tem a ver com a realidade eu não me sentiria descansado, se não desse o meu contributo para que a verdade dos factos seja reposta.
Assim, refere-se naquele post que, O Sr. Presidente da Junta apresentou uma pasta com mais de 100 nomes que diziam respeito à “bolsa de agentes eleitorais”. Ora, em primeiro lugar devo dizer que nunca foi feita referência à “bolsa de agentes eleitorais” prevista na lei. Para quem esteve presente naquela reunião e nela participou de forma séria, sabe que a “bolsa” aí aludida, decorre de uma prática corrente acordada unanimemente entre todas as forças políticas (onde se inclui a coligação CDU), no sentido de se designar como membros das mesas das assembleias de voto, cidadãos eleitores não inscritos em qualquer partido político. Assim, e quanto a este ponto, todos os Delegados presentes naquela reunião estiveram de acordo quanto à forma de designação dos membros das mesas das assembleias, concordando também que, para melhor compreensão se utilizaria a palavra “bolsa”, para os lugares a serem ocupados por eleitores não inscritos em qualquer partido político.
Quanto à participação do Sr. Presidente da Junta nesta reunião, e de acordo com a vontade de todos os Delegados nela presentes, limitou-se a fornecer uma grelha em branco, para que os senhores Delgados pudesse melhor analisar e preparar a distribuição dos membros das mesas, equitativamente, por várias forças políticas presentes.
Posteriormente, depois de alcançado o acordo entre as várias forças políticas presentes (o senhor delegado da coligação CDU também manifestou expressamente o seu acordo) quanto à escolha dos membros das mesas, o Sr. Presidente da Junta elaborou o suporte informático, ou seja, preencheu a grelha no computador, por sugestão dos senhores Delegados que, depois de impressa, foi rubricada por todos os que estiveram presentes nessa reunião.
E, pasme-se, tudo isto decorreu sem que o delegado da coligação CDU alguma vez tivesse manifestado qualquer protesto. Mais, o delegado da CDU, manifestou sempre o seu acordo em todas as deliberações tomadas nesta reunião.
Portanto, das duas uma: Ou o post publicado em 21 de Setembro de 2009, no blog “promessas etc” foi redigido sem ter sido consultado o Delegado da coligação CDU (ou qualquer outro delegado presente na reunião para a designação dos membros das mesas das assembleias de voto), ou então, trata-se de mais um malabarismo político, com a intenção de denegrir a imagem do Exmo. Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, a que, aliás, a coligação CDU nos tem vindo a habituar nos últimos tempos.

Saudações socialistas,
O Delegado do PS
Correia da Silva

11 agosto 2009

Uma escolha decisiva

O Partido Socialista, cumprindo com seriedade e sentido das responsabilidades o seu dever democrático, apresentou já, publicamente, o seu programa eleitoral. É um programa de ambição e de futuro. Mas é também um programa com prioridades muito claras: vencer a crise, modernizar o País, reduzir as desigualdades sociais.

Dirigimos o foco da nossa atenção, claramente, para as urgências do tempo presente: superar a crise que veio de fora, relançar a economia e promover o emprego. Mas apontamos, também, o caminho do futuro - de que não podemos desistir - para uma economia mais forte e competitiva: prosseguir o movimento de modernização da economia e do Estado, reforçar as qualificações, continuar a reduzir a dependência energética, valorizar as exportações. A mobilização de vontades e energias nacionais em torno de um Pacto para a Internacionalização das Pequenas e Médias Empresas e de um Pacto para o Emprego estruturam as nossas propostas de ambição renovada para a economia portuguesa. Paralelamente, propomos novas medidas concretas para prosseguir o reforço das políticas sociais e a qualificação dos serviços públicos, de modo a ir mais longe no combate à pobreza e às desigualdades, proporcionando mais oportunidades para todos.

A pouco mais de um mês das eleições legislativas, o contraste não poderia ser maior. O PS, como lhe compete, apresenta os resultados de quatro anos de reformas que, apesar de todas as dificuldades, permitiram pôr as contas públicas em ordem, retirar a segurança social da situação de alto risco, modernizar e simplificar a administração pública, generalizar o acesso às novas tecnologias de informação, levar a economia portuguesa a uma balança tecnológica positiva, colocar Portugal na dianteira nas energias renováveis, reduzir o abandono e o insucesso escolar, desenvolver o ensino profissional, melhorar os cuidados prestados pelo Serviço Nacional de Saúde e concretizar toda uma nova geração de políticas sociais, que reduziu a pobreza e as desigualdades, aumentou o salário mínimo e reforçou em muito o apoio às famílias. Mas, ao mesmo tempo que apresenta resultados, o PS mostra, uma vez mais, iniciativa e determinação, apresentando um programa de novas propostas para responder à crise internacional e preparar o futuro do País.

Enquanto isso, a única coisa que vemos do lado da Oposição é a insistência na velha lógica de coligação negativa, em que forças políticas de sinal contrário, como a direita conservadora e a esquerda radical, convergem no objectivo comum de atacar o PS e dizer mal de tudo o que se tenta fazer para melhorar o País. Quanto ao futuro, nada parecem ter para dizer aos portugueses.

E é preciso notar que se o PS apresenta um programa, a direita esconde o seu. De facto, enquanto o PS lança as ideias políticas que marcam o debate, na direita reina o vazio: não tem ideias nem alternativa para apresentar e, mais grave ainda, tenta agora esconder dos eleitores as ideias que antes apresentou e defendeu, como as que contestaram o aumento do salário mínimo ou as que poriam em causa a universalidade e tendencial gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde, bem como a própria matriz pública do nosso sistema de segurança social, que garante as pensões e as reformas dos portugueses.

Mas a direita não tem como esconder a sua verdadeira face: o regresso ao passado. Quatro anos volvidos, a direita não tem melhor para propor que as mesmas ideias e as mesmas pessoas. Mesmas ideias e mesmas pessoas que, ainda há pouco, em condições bem mais favoráveis, fracassaram totalmente na governação. Falam, por vezes, como se tudo estivesse esquecido. Não: nós sabemos o que a direita fez no Governo passado.


Nas próximas eleições legislativas, de 27 de Setembro, os portugueses serão chamados a fazer uma escolha política decisiva. E, do meu ponto de vista, essa escolha envolve três opções fundamentais, que gostaria aqui de explicitar de forma a clarificar o que, no essencial, está em jogo.


Em primeiro lugar, trata-se de escolher uma atitude na governação. Como é manifesto, a atitude que tem marcado o discurso da direita é dominada pelo pessimismo, pela amargura e pela resignação. Bem vistas as coisas, a direita só fala do futuro para dizer que tem medo do dia de amanhã. Medo: não apela ao melhor mas ao pior de nós. A sua mensagem é triste e miserabilista. Não adianta fazer nada a não ser esperar pacientemente por melhores dias.


Pois eu acho que esta atitude paralisante, herdeira de um certo espírito do salazarismo, faz mal ao País e não nos deixa andar para a frente. Pelo contrário, acho que o primeiro dever de quem governa é ter uma visão do futuro do País e a determinação de impulsionar as reformas modernizadoras que são necessárias para servir o interesse geral. Este é o seu dever: mobilizar as energias da sociedade e puxar pela confiança. Confiança, nunca desistir da confiança.


E atenção: esta não é uma questão menor. Naturalmente, a superação dos desafios há-de resultar, sobretudo, do dinamismo da sociedade e da iniciativa dos seus agentes económicos. Mas num momento como este, de dificuldades e tarefas tão exigentes, a atitude de quem governa pode ajudar a fazer a diferença entre o fracasso e o sucesso.


É por isso que digo aos portugueses que há aqui uma opção importante a fazer. E digo mais: a atitude de pessimismo, de resignação e de paralisia que marca o discurso da direita não serve os interesses do País. O que os tempos exigem é uma outra atitude na governação: uma atitude de confiança, de determinação e de iniciativa para vencer as dificuldades do presente, prosseguir o movimento de modernização e preparar o futuro País.


Em segundo lugar, há uma escolha política a fazer sobre o investimento público. A questão é esta: num contexto de crise económica global e de consequente quebra das exportações, de falta de confiança e adiamento de projectos por parte dos investidores privados, de dificuldades no acesso ao crédito, de menor procura pelos consumidores, que factor pode contribuir para relançar a economia, salvar muitas empresas e promover o emprego? Desde a célebre Grande Depressão, que se seguiu à crise de 1929, todos os economistas que resistem à cegueira ideológica sabem a resposta: o investimento público. Por isso, a generalidade dos países europeus e das economias desenvolvidas, incluindo os Estados Unidos da América de Obama, decidiram enfrentar a crise lançando programas de reforço do investimento público. Foi o que fizemos aqui também, com investimentos selectivos e destinados a impulsionar a modernização do País, de num modo geral antecipando apenas o calendário de projectos já anteriormente decididos e privilegiando os investimentos de mais rápida execução: modernização das escolas, equipamentos sociais e de saúde, energia, redes de nova geração.


A nossa direita, pelo contrário, ao arrepio do que se vê pelo Mundo fora, permanece apegada aos seus preconceitos ideológicos e acha que o Estado não deve fazer tanto para ajudar a economia a vencer a crise e para salvaguardar o emprego. A sua proposta é, por isso, simples e recorrente: cortar no investimento público. Mas esta é também uma proposta errada. É preciso dizê-lo de forma clara: cortar no investimento público modernizador, como propõe a direita, seria um grave erro estratégico, que prejudicaria seriamente o relançamento da economia, atiraria muito mais empresas para a falência e bloquearia a recuperação do emprego.


E mais: Portugal não pode estar constantemente a regressar à estaca zero na discussão dos seus projectos de investimento. Não pode estar cinquenta anos para decidir uma barragem, quarenta anos para decidir um aeroporto e vinte anos para decidir se fica dentro ou fora da rede europeia de alta velocidade, que está já hoje a revolucionar a mobilidade por toda a Europa e na nossa vizinha Espanha. Houve um tempo para decidir, este é o tempo de fazer. A proposta do PS é, por isso, continuar a apostar no investimento público como instrumento fundamental de combate à crise mas também de modernização do País.


Em terceiro lugar, há uma escolha crucial a fazer sobre o futuro das políticas sociais - e também aí as opções são claras, separando nitidamente a direita e o PS. A direita insiste no recuo do Estado Social, para a condição de Estado mínimo ou, como dizem agora, Estado "imprescindível". Nada que não tenhamos já visto antes: lembramo-nos bem de que estes mesmos protagonistas foram responsáveis por um forte desinvestimento nas políticas sociais quando estavam no Governo. Mas, tendo em conta as propostas apresentadas pela direita ao longo desta legislatura, a ambição que agora se desenha é outra: privatização parcial da segurança social, fim da tendencial gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde e pagamento dos próprios serviços de saúde pelas classes médias, privatização de serviços públicos fora das áreas de soberania. A proposta do PS, por seu turno, é bem diferente: reforço das políticas sociais, qualificação e modernização dos serviços públicos, investimento no combate à pobreza e na redução das desigualdades. E os portugueses sabem que esta proposta do PS dá seguimento aquela que foi a sua prática no Governo: criámos o complemento solidário que já beneficia mais de 200 mil idosos, criámos a rede de cuidados continuados, reforçámos o investimento nos equipamentos sociais, criámos o abono pré-natal, aumentámos o abono de família, alargámos a acção social escolar, aumentámos o salário mínimo.


Para a próxima legislatura, propomo-nos reforçar ainda mais as políticas sociais, de modo a enfrentar os novos desafios do Estado Social.


Primeiro, o apoio à natalidade, à infância e à família: somaremos às medidas em curso a nova Conta Poupança Futuro, em que o Estado deposita 200 Euros, por ocasião do nascimento de qualquer criança, e concede benefícios fiscais para incentivar a poupança, sendo que o saldo poderá depois ser utilizado pelo jovem para financiar os seus estudos ou projectos profissionais.


Segundo, o combate à pobreza e às desigualdades: criaremos um novo mecanismo de ajuda ao rendimento das famílias trabalhadoras com filhos a cargo e das pessoas com deficiência, em termos semelhantes ao Complemento Solidário para Idosos, de forma a garantir um rendimento acima do limiar da pobreza.


Terceiro, o apoio à qualificação e inserção profissional dos jovens: apoiaremos a escolaridade até ao 12º ano através da nova bolsa de estudos para estudantes do ensino secundário e criaremos novos programas INOV, incluindo o INOV-Social, bem como um programa especial de cinco mil estágios na administração pública. Quarto, a qualificação do Serviço Nacional de Saúde: anteciparemos para 2013 as metas de expansão da rede de cuidados continuados para idosos e dependentes previstas para 2016 e alargaremos a todo o território nacional a experiência de sucesso das Unidades de Saúde Familiar, de modo a prosseguir o objectivo de garantir a todos os portugueses o acesso a médico de família.


Eis apenas algumas propostas concretas do nosso programa de reforço das políticas sociais, que é fundamental para fazer face a necessidades reais do País. É este caminho, de reforço do Estado Social, que devemos seguir. E é este caminho que também se decide nas próximas eleições legislativas. Porventura é mesmo essa a questão decisiva destas eleições: rasgar as políticas sociais, ou reforço do Estado social. Uma vez mais: ou o PS ou a direita.

E que não haja ilusões: para Portugal, a alternativa real é entre o PS ser chamado de novo a formar Governo ou regressar a um Governo de direita. Por isso, os que querem um PS fraco e vencido, digam o que disserem, preferem de facto a direita no poder. Mas nesta escolha decisiva que está diante dos portugueses, o PS está, creio, do lado certo, que é também o lado da acção e do futuro: propõe uma atitude de iniciativa, preconiza o investimento público para a modernização do País e defende o Estado Social para reduzir as desigualdades e promover oportunidades para todos.

Neste momento de crise mundial, os Portugueses precisam de um Governo competente, com um rumo claro, uma agenda conhecida e condições de coerência e estabilidade.

Os portugueses sabem que sempre puderam contar com o PS nos momentos difíceis. Nós não somos daquela esquerda que se limita a protestar, dispensando-se da maçada de contribuir para a solução de qualquer problema. Estamos bem conscientes de que a nossa responsabilidade é realizar as políticas públicas necessárias para responder aos problemas e às necessidades das pessoas. E é isso que queremos continuar a fazer, com toda a energia e com toda a determinação, com base num novo compromisso. Com confiança nos portugueses e com confiança no futuro.

JOSÉ SÓCRATES

publicado no Jornal de Notícias em 2009-08-11

07 julho 2009

O Dr. Mário Soares, lúcido como sempre!

[...]
Os outros partidos, poderão ter uma presença maior ou menor na Assembleia da República, mas não têm qualquer probabilidade de participar na escolha do Governo. Ninguém tem mais pena do que eu, desta situação. Nos últimos anos, com efeito, empenhei-me em estabelecer pontes e convergências à Esquerda, que se revelaram impossíveis. A culpa não será exclusiva de ninguém. É certo. Mas cabe, maioritariamente, ao Bloco e ao PCP, que com crescente agressividade - e em competição - fustigaram quase exclusivamente o PS e, em especial, Sócrates. Para quê? Respondo: oxalá não seja para dar a vitória ao PSD ou para tornar o País dificilmente governável. Se isso vier a acontecer - espero que não - poucos meses depois, serão os primeiros a arrepender-se. Porque, ao contrário do que dizem, PS e PSD são muito diferentes no exercício do poder. Não obstante o chamado "centrão de interesses", que deploro, como socialista, mas que tem peso na política.
[...]


Saudações Socialistas

Paulo S. Pinto

A propósito dos gestos.

Este texto foi-me enviado por um dos nossos militantes
(sob um dos seus pseudónimos, que respeitarei)

O Gesto do Ministro
(Foi, apenas, um gesto)

Sai a terreiro o Bernardino
Que na idade é pequenino
Provocador, como promete.
Enfia na cabeça do ministro
Todo o conteúdo sinistro
Da famigerada cassete.

Afirma sem nenhum pudor
Que não há nenhum trabalhador
Lá, nas minas de Aljustrel.
O ministro não suportou
E logo ali o mandou
Dar a volta ao redondel.

Mas, o gesto que ele fez,
Com alguma insensatez,
Enfeitando com destreza
A desorientada testa
Não se referia à festa
Mas à besta com certeza.

A um jovem sem vergonha
De lançar sua peçonha
Com ares de falso santinho
Não soube o ministro Manuel
Responder ao aranzel
Porque não é de pau, é de pinho.

Perdeu o controlo e pronto,
Respondeu àquele tonto
Com um gesto popular
Politicamente incorrecto
Mas popularmente certo.
Tinha mesmo que lhe dar.

Invulgar, foi só o gesto
Mas sabemos nós, de resto,
Que é vulgar, no Parlamento,
O insulto baixo e soêz.
Cada um, de sua vez,
Tem usado este “argumento”.

Ainda há pouco um deputado
Achou que era apropriado,
A um colega “bandalho”,
Mandá-lo, sem lastimar,
Pr´aquela coisa vulgar
Que até rima com trabalho.

Sendo só palavreado,
Ninguém se sentiu chocado
Ninguém entregou protesto.
O que é que faltou, então?
- Foi que fizesse com a mão
O elucidativo gesto.

Mas, na moral vigente,
Este caso é diferente,
É diferente o momento.
Eu entendo muito mal
Que se adopte esta moral
Na casa do Parlamento.

O provocador manhoso
Sai-se bem, quase famoso
Feito donzela ofendida.
Perde o outro, as estribeiras
A calma e as boas maneiras.
Fica de cabeça perdida.

Sai-se a rir, o estupor
Emproado qual doutor
Ganha pontos de vantagem.
E eu penso:
- Que tristeza,
Ganha, assim a safadeza,
Vale a pena a sacanagem.

De outro tempo, na minha aldeia,
Ficou-me sempre na ideia
Aquele velho ditado
Que agora, peço, me valha:
“Quem se mete com a canalha
Sai, quase sempre, borrado”.

Trubordal
03/07/09
Saudações Socialistas

Paulo S. Pinto

26 junho 2009

Caminhar por Gondomar



Convidamos todos os gondomarenses para uma Caminhada por Gondomar que se realizará no Domingo, dia 5 de Julho, pelas 9h30.

A concentração será junto do Pavilhão Multiusos e o trajecto previsto é de 3200 metros pelas principais ruas da cidade.

A participação é livre. Compareça e traga familiares e amigos.

Vamos provar que Gondomar é Capaz de Mudar!

25 junho 2009

EDUCAÇÃO

Caros Camaradas:

No "link" que vos deixo neste "post", podem ler uma apreciação da educação em Portugal, a qual é apontada como modelo a seguir e recomendada ao Presidente dos E.U.A.
Dado que se trata de uma publicação estrangeira, reflecte, no meu entender, uma visão imparcial das recentes iniciativas do Governo Português, no sentido de fazer evoluir o nosso sistema de educação, adaptando-o ao Sec. XXI.

http://www.wikinomics.com/blog/index.php/2009/06/24/obama-should-look-to-portugal-on-how-to-fix-schools/

Saudações Socialistas

16 junho 2009

Convocatória PS Rio Tinto - Ponte

Ao abrigo do artigo 34.°, n.° 2, dos estatutos do Partido Socialista, convocam-se os militantes desta secção para uma assembleia-geral a realizar pelas 21h30 no próximo Dia 19 de Junho de 2009 com a seguinte ordem de trabalhos:

1- apresentação de contas - exercício 2008
2 - eleições autárquicas
3 - análise política.

Não havendo quórum, a assembleia iniciará os trabalhos passados trinta minutos, com qualquer número de presentes.

Rio tinto, 11 de Junho de 2009

O Presidenta da Mesa da Assembleia Geral

José Matos Duarte Maia

Pelo Socialismo em Liberdade


(clique para ampliar)

26 maio 2009

Para que serve o meu voto

Caros Camaradas:
Que o voto no próximo dia 7 é importante, todos nós sabemos.
Mas para quem pensa que não há razões para sair de casa nesse dia, aqui http://bit.ly/3gP1u ficam mais algumas.
Saudações Socialistas,
Vasco Loureiro

18 maio 2009

O que fez por nós a Europa?

Deixo aqui o linque para um site que pretende esclarecer esta dúvida, pertinente.

O que fez por nós a Europa?
(clicar para aceder ao site)

Saudações Socialistas

Paulo S. Pinto

27 abril 2009

Descubram o vosso posicionamento político

Sigam o seguinte link e descubram o vosso posicionamento político, a propósito das próximas eleições para o Parlamento Europeu.

http://euprofiler.eu/

Respondam com sinceridade e divirtam-se!

Saudações Socilistas

Paulo Sérgio Pinto

22 abril 2009

Mais outra notícia que não vai fazer as manchetes dos jornais portugueses

A descriminalização da droga em Portugal, os resultados 5 anos depois; artigo da prestigiadíssima Scientific American (em inglês - peço desculpa mas não encontrei a tradução)

Mais uma notícia que não vai fazer as manchetes dos jornais portugueses


"O Programa Magalhães é a mais sofisticada e avançada implementação das tecnologias de informação em educação no mundo", afirma o canadiano Don Tapscott que hoje participa no Fórum Mundial das Telecomunicações em Lisboa.

Para ler mais no Expresso Online

(alerta via Câmara Corporativa, outro blogue colectivo que muito recomendo)

Publicado por Paulo S. Pinto

Uma notícia que não vai fazer as manchetes dos jornais portugueses

Nobel da Paz elogia Portugal por aposta nas renováveis

(via Causa Nossa, blogue colectivo onde escrevem os "nossos" Vital Moreira e Ana Gomes)

Publicado por Paulo S. Pinto

01 abril 2009

O corpo da mãe e a liberdade

Este mail foi-me enviado por uma camarada. Envio-o para o blogue por considerar pertinentes as suas reflexões.

Manuela Correia

"Há tempos, nas horas vagas, escrevi este desabafo. Apesar de doente, não estou morta nem perdi o espírito de observação. Lamentavelmente, sinto que é um texto contra a maré quando devia ser crítica de momento.

Um abraço

Fina d'Armada"

O CORPO DA NOSSA MÃE E A LIBERDADE

Fina d'Armada


Embora os factos já se tivessem passado há tempos, eles continuam a remoer dentro de mim. Por isso, para me libertar, como diria Albert Camus, ei-los que os trago à luz.


Carnaval de Torres Vedras – Nesta localidade, resolveram brincar com o computador Magalhães. Embora brincar com o ensino e o conhecimento seja próprio de pessoas pouco amigas do saber, o facto é que se defendeu a ideia que os alunos aproveitavam o Magalhães, não para aprender, mas para ver mulheres nuas, ou seja as suas mães despidas ou semidespidas. Pelos vistos, isto tinha muita graça. Ora, nesta terra, só os rapazes usam o computador? As raparigas também deixam de aprender para ver mulheres nuas? Esqueceram-se das raparigas ou em Torres Vedras elas são todas lésbicas? Às tantas os rapazes brincam enquanto elas estudam. Depois admiram-se que elas obtenham melhores resultados...


Feira do Livro em Braga – Aqui utilizou-se uma pintura antiga na capa e na contracapa (logo em dois sítios) para melhor se vender um livro. Quer dizer, utilizou-se o corpo da nossa mãe para fins comerciais. Essa pintura foi feita na época do renascimento, quando não havia fotografia e quando o corpo da mulher servia para parir ou para dar prazer ao homem. Quer dizer, usou-se uma pintura de um tempo em que a mulher nem era cidadã, lhe roubavam as heranças e lhe proibiam a escola. E foi-se desenterrar a pintura em nome da liberdade. Também há pinturas de escravatura negra. Por que não se usam, em nome da liberdade, para fins comerciais?

Ora, na Constituição Portuguesa, está escrito que ninguém pode ser privilegiado nem prejudicado segundo o sexo. Mas o que está a acontecer é que o poder masculino continua a ser o dominante numa época em que falsamente se diz que há igualdade. O que mais me entristeceu é que nem a procuradora em Torres Vedras nem a polícia de Braga tiveram poder para fazer respeitar a Constituição. O uso do corpo nu das nossas mães passou a ser não só legal, mas uma bandeira da liberdade. E até motivo de se atacar o governo, pois se não se usa e abusa do corpo das nossas mães isso é censura. Aconteceria o mesmo se fosse o corpo do nosso pai?


A visita do presidente angolano – Nesta visita, o Bloco de Esquerda recusou-se a receber o presidente, na Assembleia da República, porque Angola não respeita os direitos humanos. Todavia, o BE é muito amiguinho dos dirigentes da Faixa de Gaza. Os autarcas de Lisboa até votaram geminarem-se com essa região. Ora, na Faixa de Gaza, assassinam-se mulheres por motivos fúteis, semienterram-se para serem apedrejadas até à morte, vergastam-se, proibem-se de andar livremente nas ruas, além de outras proibições de direitos elementares. E então isso não é violação dos direiros humanos? Será que não são direitos humanos os direitos das mulheres? Quer dizer, se Angola oprimisse metade da população, desde que fosse feminina, não fazia mal. Mas como atingiu homens é por isso que o BE se indigna. Convidem os dirigentes da Faixa de Gaza a vir a Portugal e já veremos o BE a recebê-los com abraços e beijinhos!

Quer dizer, apesar do que está escrito nas leis e Constituições, os direitos das mulheres continuam a não ser vistos como direitos humanos. Se alguém transgride a Constituição, no que respeita ao corpo da nossa mãe, isso é feito em nome da liberdade e quem se opuser está a fazer censura. Não há analista nem boca falante nem moralista nem constitucionalista que se levante. Nem a polícia tem força, ainda é julgada por isso. Aparentemente deram direitos à mulher mas, na prática, o que prevalece é a mentalidade do renascimento.

25 março 2009

Apresentação Oficial da Candidata do Partido Socialista à Câmara de Gondomar

Vai ter lugar no dia 28 de Março a cerimónia de apresentação oficial da candidatura de Isabel Santos à Câmara Municipal de Gondomar, pelo Partido Socialista.
Irá decorrer a partir das 17:00 na Escola Dramática e Musical Valboense (Vabom).



Contamos com a sua presença!

13 março 2009

À atenção do Morais Sarmento

A propósito da sua prestação no programa Cara a Cara na TVi24, em debate com Santos SIlva:

peripatético

do Lat. peripateticu < Gr. peripatetikós, que gosta de passear

adj.,
relativo à filosofia de Aristóteles;
que segue a doutrina de Aristóteles;
que se ensina, passeando;

s. m.,
sectário de Aristóteles e da sua filosofia.

No dicionário Priberam Online

Saudações Socialistas

Paulo Pinto

27 fevereiro 2009

MOMENTOS DE CRISE…

Todos os dias, entram em nossa casa através da comunicação social, notícias assustadoras de desemprego, empresas que entram em falência, famílias em dificuldades financeiras, que a todos nos assombra, ou seja, a crise nacional e internacional que se instalou.
Perante este cenário é fundamental a questão: “O que podemos fazer em momentos de crise?
Ora o inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e as soluções fáceis. Sem crise não há desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia.
Sem crise não há mérito, é na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar da crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso existe a necessidade de trabalharmos arduamente e acabar de uma vez por todas, com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
Neste contexto saliento, que momentos de crise são momentos de oportunidades e a turbulência que hoje caracteriza a economia global, representa a possibilidade de novos negócios para empresas financeiras que mantém a visão além da crise actual e se preparam para o futuro. Quando a poeira baixar, as instituições que investiram em pessoas, projectos e tecnologias certas, serão capazes de oferecer produtos e serviços mais atractivos.
Para tal, é urgente uma capacidade de mudança e adaptação, por parte de empresas e de trabalhadores, e deixarem de lado vários conceitos e paradigmas estabelecidos, isto é, a modernização das empresas com novos modelos de gestão é fundamental para dar resposta ao mercado de hoje.
Outro aspecto a considerar é que a concorrência dos nossos dias tende a acentuar-se, tanto interna como externa, pelo que a competitividade ganha novo e maior relevo, dado que hoje não concorremos apenas contra outras empresas por um mercado ou cliente, concorremos também dentro da nossa empresa.
Pelo que estas terão de aprender a valorizar os seus trabalhadores através de critérios e qualidades tão importantes para ultrapassar os desafios que estamos a viver, como, a estabilidade, experiência, maturidade, dinamismo e flexibilidade, como potencial de evolução.
As empresas terão que recorrer à inovação, imaginação e motivação, e a postar na formação académica e complementar, projectos a nível profissional e enriquecimento curricular, através de cursos técnicos especializados, estudos pós graduados, dos seus colaboradores para revelar-se critica e diferenciadora no mercado face a outras empresas.
Na minha opinião importa pensarmos que: “A empresa moderna é aquela que consegue adaptar-se à turbulência das contingências do mercado, dando respostas satisfatórias aos desafios com os quais, é defrontada”.

Saudações Socialistas
Nelson Santos

19 fevereiro 2009

Dinheiro Público em Portugal

Uma camarada enviou-me este mail. Achei por bem mandá-lo para aí pois, pode ser que, caso se confirmem estes autênticos escândalos alguém tome as medidas adequadas.

Desajustes Directos em Portugal

Portugal, País de grandes tradições e brandos costumes... pelo menos é o que muitos pensam ser verdade... até abrirem os olhos.
Para quem não é de cá, ou não sabe o que são os "ajustes directos", eu explico. Como gastar o dinheiro público é uma coisa que deve ser feita com muita responsabilidade, a maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida a "melhor" em função de vários critérios (preço mais barato, serviços apresentados, etc.)
No entanto, como se imagina, isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma câmara municipal, faculdade, universidade, etc. tenha que comprar. E portanto, há coisas que são compradas directamente, a quem eles muito bem entenderem... e aparentemente, ao preço que muito bem lhes apetecer!
E finalmente, graças ao portal da transparência, podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto. Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:

1) gastar mais de 10.000,00 euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.

2) Aquisição de: 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 EUROS(!!!)

3) Em Vale de Cambra, vai-se mais longe... e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças: 2.922.000,00 € É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???

4) No Alentejo, as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas: Reparação de 2 Fotocopiadores WorkCentre Pró 412 e Fotocopiador WorkCentre PE 16 do Centro de Saúde de Portel: 45.144,00 €

5) Ao menos em Alcobaça, a felicidade e alegria as crianças fala mais alto: 8.849,60€ para a Concentra em brinquedos para os filhos dos funcionários da câmara! Crianças... se não receberam uma Nintendo Wii no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema!

6) Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: "14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga" Ora... 14x3 + 10x2 = 62 cadeiras... a 375.600,00 euros dá um custo de...6.058,00 Euros por cadeira! Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes...

7) Em Ílhavo, a informática também está cara, 3 computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €
Sem dúvida, uns supercomputadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento.

8) Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo... é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 € Já diz o ditado popular: Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo! (Já agora, isto dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira?)

9) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 € em 9072 rolos de papel higiénico! Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - pois não queremos tratar indignamente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade... Mas na Faculdade de Letras, aparentemente isso não é suficiente, e o melhor que conseguiram foi um preço de 0,64 Euros a unidade! É "apenas" quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de "descontos" para tais quantidades industriais. Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, não?
Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa, e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)

Ó MEUS AMIGOS.... como é que é possível justificarem estas situações? Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures. Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil euros fossem melhor empregues???

É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado?
Isto até me deixa doente... é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo (literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)

Querem mais? Divirtam-se no portal da transparência! Sugestões de pesquisa: viagens, viaturas, Natal... Outros candidatos a roubalheira do ano:

"Projecto tempus - viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008" - 33.745,00 euros.

"Aluguer de iluminação natalícia para arruamentos na cidade de Estremoz" - 1.915.000,00 euros

"Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines" - 1.236.500,00 euros

"6 kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas" - 106.596,00 euros
(por este valor compravam 6 automóveis, todos equipados, e ainda sobrava dinheiro!)

O misterioso caso do "Router de 400 euros comprado por 35.000,00 Euros"

Saudações Socialistas
Manuela Correia

11 fevereiro 2009

Foi há dois anos!

Que este se tornou um país um bocadinho mais justo, um bocadinho menos salazarento, um bocadinho melhor.
Assisti a mais uma vitória das Mulheres, das que o são com um M e não com um m.
Mas também foi uma vitória dos Homens, uma vitória da Saúde Pública, uma vitória para a causa da evolução e justiça social e a derrota de mais um dos estigmas que ainda persistem, debalde os 34, quase 35, anos de Democracia.
A luta contra todas as formas de descriminação deve continuar. Serão batalhas que terão de ser ganhas uma a uma. E desengane-se quem pense que esta guerra tem um fim próximo, infelizmente não tem.
Mas cá estaremos, persistentes e atentos para fazer de Portugal uma
pátria que encha a todos de Orgulho sendo um dos Paladinos da Liberdade!

Saudações Socialistas

Paulo Sérgio Pinto

28 janeiro 2009

Desemprego, Acção Reacção!


Como resistir a este monstro que teima invadir os nossos lares.
Estaremos preparados?

Todos os dias vemos na comunicação social novos encerramentos de empresas, suspensão de trabalho por tempo indefinido... Como vai sobreviver o desempregado que tem as suas contas para pagar: o empréstimo da casa, do carro, os infantários, as universidades...?
Hoje os tempos estão difíceis e mesmo sabendo que que existem instrumentos de curto e médio prazo (como subsidio desemprego, a saúde e educação pagas pelo estado) não podemos cruzar os braços!
Um dos aspectos mais graves desta crise é a perda de confiança nos mercados. Todos sabemos que a confiança demora muitos anos a construir e pode, de um momento para o outro, perder-se, e este é um dos aspectos mais fulcrais da economia, pois faz com que a recuperação seja mais lenta e demore mais tempo a ganhar velocidade.
E utilizando uma expressão já muito conhecida, podemos-nos questionar, não só pensando no que o país pode fazer por nós mas o que nós podemos fazer pelo país...
O desempregado não pode baixar os braços! Urge descobrir novos talentos, novas competências; às empresas e aos gestores competem abraçar novos projectos, novos mercados, novas missões empresariais, inovação, tecnologia etc..

Vale a pena reflectir!

Saudações socialistas,
Nuno Lima

23 janeiro 2009

Despoluição do Rio Tinto

Considerando a melhoria da qualidade de vida e ambiental dos Riotintenses, no decorrer do ano de 2008, o PS de Rio Tinto levou a efeito um ciclo de reuniões com a empresa Águas de Gondomar, S.A., a ETAR de Rio Tinto e a Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARHN), com o objectivo de se inteirar de quais as potencialidades e competências destas entidades para a despoluição, requalificação e revalorização ambiental do Rio Tinto, que dá nome a esta freguesia.
Assim, no dia 23 de Junho de 2008, teve lugar a primeira destas reuniões, que decorreu na sede da empresa Águas de Gondomar e na qual estiveram presentes a administração desta empresa e uma representante da ETAR de Rio Tinto, para além de dois militantes do PS Rio Tinto, Vasco Loureiro e Paulo Pinto.
Desta reunião, resultou que nenhuma destas entidades tinha um plano concreto para despoluição do Rio Tinto, mas mostraram-se disponíveis para contribuírem nesse sentido dentro das suas possibilidades que, confessaram, serem muito limitadas.
Por razões de agenda, só em 29 de Dezembro de 2008, se levou a cabo a reunião com a ARHN, com a presença do Presidente daquele Instituto Público.
Desta reunião obteve o PS de Rio Tinto, informações importantes. De facto, informou o Presidente da ARHN que, por este Instituto Público, passará obrigatoriamente qualquer projecto em curso, ou ainda por desenvolver, relativamente à despoluição de rios ou qualquer outro recurso hídrico da região norte, não tendo sido apresentado ainda, pelo menos até à data da reunião, qualquer projecto de despoluição do Rio Tinto.
Assim sendo, parece não corresponder à verdade as afirmações da Câmara Municipal de Gondomar, divulgadas informalmente, no sentido que dispõem de um projecto de despoluição do Rio Tinto.
Outro aspecto positivo desta reunião foi também a disponibilização, por parte da ARHN, de importantes elementos para análise e discussão.
Saudações Socialistas,
Vasco Loureiro

Declaração

Este blogue é um fórum aberto à participação crítica, responsável e construtiva de todos os militantes do Partido Socialista de Rio Tinto das secções Rio Tinto-Ponte e Rio Tinto-Estação.

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